Oscar Wilde |
Tão antigas como a arte, as nossas experiências em querer
entender a origem do processo criativo já nos levou a exaustivas pesquisas, na
maioria das vezes sem uma resposta definitiva. De onde vem a inspiração?
Em seus estudos no livro “Do espiritual na Arte”, o
pintor e músico russo Wassily Kandinsky indica que a arte nasce da
espiritualidade. Foi assim que o artista renunciou a representação figurativa
tentando encontrar a relação absoluta entre a forma, a cor e o ânimo do
contemplador.
Kandinsky |
O que acontece conosco quando entramos no jogo dos
intricados significados da arte? O que é verdade e o que é ficção?
O poeta e crítico de arte Ferreira Gullar assim se
manifestava sobre esta transformação simbólica do mundo:
“A arte é muitas coisas. Uma das coisas que a arte é,
parece, é uma transformação simbólica do mundo. Quer dizer: o artista cria um
mundo outro – mais bonito ou mais intenso ou mais significativo ou mais
ordenado – por cima da realidade imediata. Naturalmente, este mundo outro que o
artista cria ou inventa nasce de sua cultura, de sua experiência de vida, das
idéias que ele tem na cabeça, enfim, de sua visão de mundo.”
Parecendo uma inovação dos nossos tempos, o
Abstracionismo é uma tendência bastante velha na história da pintura.
Abstrair-se das realidades exteriores e voltar-se para suas realidades
interiores é uma constante da condição humana. Por isso mesmo, acompanhando a
história da pintura, encontramos várias fases abstratas, nas quais o homem
substitui as imagens da realidade objetiva por símbolos ou representações de
suas realidades subjetivas. A primeira dessas manifestações de abstracionismo
ocorreu ainda na Pré-História. Enquanto os pintores da pedra lascada eram
figurativos realistas, reproduzindo imagens visuais, os pintores da pedra
polida eram geometrizadores das formas visuais e muitas vezes totalmente
abstratos – criavam formas geométricas ou não, sem relação direta com as
imagens da realidade exterior.
No próximo post vamos falar mais um pouco sobre a evolução do abstracionismo.
Até lá!
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