Claude Monet |
- Você sabia que foi a partir do Impressionismo (1874) que começaram a ser observadas tendências cada vez mais acentuadas ao abstracionismo? Apesar do seu realismo visual, baseado exclusivamente na sensação ótica, o Impressionismo não deixa de possuir certo conteúdo de abstração, porque ignora ou se abstrai de outros elementos da realidade, para deter-se apenas nos aspectos luminosos.
Van Gogh, embora figurativo, deformava as imagens da realidade para exprimir afinal verdadeiras abstrações, isto é, os seus estados íntimos, as suas relações afetivas diante da realidade.
van Gogh |
Por outro lado, a própria concepção da pintura de Cézanne, nos seus fundamentos, também é abstrata. Reparem que na preocupação de simplificar as formas, reduzindo-as aos seus elementos geométricos básicos, Cézanne não estava traduzindo sensações óticas diretas, mas conceitos intelectuais das formas da natureza. Praticamente se abstraía da sensação ótica realista. Por sua vez, o Cubismo não é um realismo visual, mas um realismo intelectual. O pintor expressa um conhecimento da realidade aprendido não pelos sentidos, mas pela inteligência. Como os cubistas, também os futuristas podem ser considerados abstratos de segundo grau ou simplesmente abstratizantes.
Através dos próprios fatos artísticos, o caminho do abstracionismo veio sendo assim preparado desde o Impressionismo. Vários artistas na Europa faziam pesquisas no plano da abstração, isto é, no plano da criação de formas e cores, sem relação com as imagens das realidades exteriores. Os historiadores e críticos concordam, porém, em atribuir a primazia dos resultados nas pesquisas abstracionistas ao pintor Vassily Kandinsky. Seria o abstrato o limite? Como, se a abstração não tem limites!
Vassily Kandinsky |