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sexta-feira, 2 de março de 2018

A mulher na arte...


... a arte na mulher

Durante boa parte da história da arte vamos encontrar a mulher como representação do conceito terreno do amor, da fertilidade, da maternidade, da sensualidade ou da futilidade... Podemos mesmo dizer que as formas femininas povoam os ideais dos artistas desde tempos imemoriais. Em uma palestra, o geneticista Decio Altimari nos apresenta uma análise da trajetória da mulher na arte:
"Realmente, a mulher na arte foi representada naquelas todas maneiras em que é ou musa inspiradora, ou veículo de alegorias (da Paz, da Justiça, da Ira, da Avareza, da Dúvida, da Guerra, da Ciência, da Fé, da Esperança, da Caridade, da Luxúria, da Peste e até da morte) ou, sobretudo, a atriz principal do milagroso mistério da reprodução na maternidade”.

Mas qual seria a posição da arte na mulher 
e das potencialidades criativas femininas?

Durante os séculos XVI e XVII, a arte desempenhou um papel importante na sociedade aristocrática e eclesiástica européia. Os pintores, homens por sinal, altamente treinados tinham como seus patronos os líderes políticos, religiosos, científicos, e intelectuais. Ainda assim encontraremos a arte de algumas mulheres como Judith Leyster  e Rachel Ruysch .

Algum tempo depois, já no século XVIII, a idade da Razão, que estranhamente também foi chamada "a idade feminina" as mulheres conseguiram se destacar nos salões de arte de Paris, por um breve período.

Com o século XIX, mudanças sociais radicais, afetaram a vida das mulheres em ambos os lados do Atlântico. Mary Cassatt e Camille Claudel transferiram para os seus trabalhos o drama  complexo de artistas que, como mulheres se viam restritas a confinarem-se aos conceitos impostos.

A primeira metade do século XX viu mudanças tecnológicas, filosóficas e artísticas muito grandes. A guerra alterara a maneira com que os povos vivenciavam o mundo em torno deles, mas ainda são poucas as mulheres que deixaram de ser meros modelos para serem modeladoras e, quando o fizeram, invariavelmente, deixaram surgir, em contrapartida, a imagem de uma heroína fria, orgulhosa e sensual: a “femme fatale”.

Em fim, dentro do fazer artístico, no decorrer de tantos séculos a mulher, enquanto criadora, permaneceu na maioria das vezes, uma excentricidade. No entanto, vale lembrar que o artista é, antes de tudo, um artesão. Faz aparecer no espaço palpável e perceptível aquilo que antes era a coisa imaginada. Esta espantosa transmutação através do gesto que se torna cor e dança, verbo e musica, movimento e quietude, despertando sentidos adormecidos na busca da experiência estética pode ser um apoio para a feminilidade  tanto no  crescimento individual como coletivo.

Só mesmo a própria mulher, dotada das capacidades de intuição que lhe são inerentes, poderá redescobrir a verdadeira medida do valor tanto da mulher na arte como da arte na mulher. Cabe-lhe, mais uma vez, a “concretização da obra!”











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